Não são as Olimpíadas, mas é o vestibular

Antes de mais nada, gostaria de agradecer a alguns colegas por terem tido tempo e paciência para perguntas sobre o assunto do texto a seguir. Não dá para citar todos os nomes aqui, mas gostaria de dizer muito obrigado a vocês. Vocês são demais!!

O que esperar do futuro? Bom, aparentemente, não se pode esperar nada dele, porque está tudo indefinido. Nada aconteceu. O problema é quando você acorda todos os dias e vai fazer algo que irá determinar o seu futuro. DEUS! Isso gera muita agonia. Somos seres humanos e sempre criamos expectativas ou fazemos planos do que virá acontecer em nossas vidas amanhã ou depois. Por isso, é impossível acordar e não pensar no que você vai ter que fazer o dia inteiro, para que o seu sonho ou desejo esteja mais próximo de se tornar realidade. É mais ou menos assim que é o dia a dia de um vestibulando.

Primeiro, já vou logo adiantando, essa vida de vestibulando não é nada fácil, assim como nada na vida é. Antes de qualquer coisa, a gente tem que parar um pouco e pensar: O QUE EU QUERO FAZER PELO RESTO DA MINHA VIDA? Isso é uma pergunta difícil e a resposta para ela chega a ser tão complicada quanto uma questão do ITA. Mas vale lembrar, há uma grande diferença em saber o que se quer fazer e o que você acha que você quer fazer. Mas por que saber antes de mais nada o que se quer? A resposta é óbvia: você precisa saber por qual motivo você vai estar sacrificando várias coisas da sua vida e saber até aonde você precisa ir para alcançar qualquer objetivo. Em outras palavras, o principal e a base para tudo é FOCO.

O problema de se ter foco aos 17 ou 18 anos é que, normalmente, nós ainda não tivemos a oportunidade de conhecer quase nada e já temos que decidir as nossas vidas de uma hora para outra. É normal que você fique preocupado com isso ou que demore a se acostumar com a ideia, afinal, é como eu disse, você tem que sacrificar e deixar de fazer muitas coisas. Tais coisas envolvem o afastamento da família, dos amigos, da namorada(o), deixar de sair e abdicar de um monte de outras coisas. O problema é que nós não somos robôs e nem pessoas sem coração. Pelo contrário, deixar tudo isso dói demais e ainda serve como estimulante para você batalhar mais e conseguir mais rápido o que quer para finalmente ter pelo menos alguns momentos de lazer de volta.

Vai ser corriqueiro ter alguém da sua família sempre lhe perguntando se você está estudando muito, se você por acaso não quer fazer outro curso e você tem que estar preparado para responder a todas essas perguntas com firmeza, ainda que elas doam profundamente dentro de você. Isso sem contar as caras feias que você vai receber de amigos quando não vai dar mesmo pra você sair com eles.

Outra coisa extremamente comum e que é muito ruim é a ansiedade. Lembra-se de como eu comecei este texto:  você acorda todos os dias e vai fazer algo que irá determinar o seu futuro. Consegue imaginar o quanto a ansiedade é forte por esse motivo? Todos os dias, você faz tudo do mesmo jeito, certinho, e a hora parece que não chega. Ai, às vezes, você quer que a universidade venha logo para você fazer mais planos e realizar mais desejos e PARECE QUE O TEMPO NÃO ANDA. DEUS, QUE AGONIA!

Mas o pior é quando você acabou de entender toda a matéria e isso deu muito trabalho, e você acha que agora as coisas vão se acalmar, mas aí vem um tsunami de novos conteúdos e você fica completamente perdido. Aí, têm início os planos desesperadores, do tipo: nossa, não entendi a matéria de hoje, vou ter que estudar até de madrugada. Isso. Não, espera, hoje ainda tem aquela aula importante com conteúdo importante pra c******. Vou ter que sacrificar o meu final de semana. Não, espera, já vou ter que estudar o que ficou faltando semana passada, tem revisão para fazer, aula sábado, os conteúdos dos dias seguintes e ... MEEU DEUS!!

É como você estar em um tsunami e está desesperado para encontrar algo que te segure em meio à correnteza. Traduzindo: você está quase maluco. Mas aí, vem um simulado e você precisa de se preparar para ele. É justamente o simulado que vai ser o seu porto seguro em meio ao tsunami. É justamente ele quem vai te mostrar se você está seguindo o caminho certo. Mas ele também te mostra o que você está mais errando, o que você precisa mudar ou acrescentar e como a sua cabeça e o seu corpo devem estar no dia da prova.

Bom, mas ainda que essa vida pareça e é muito difícil e, às vezes, muito sofrida, ela tem seus pontos positivos e não é só dar a base para conseguir entrar no curso que você quer, mas é algo que te amadurece muito, algo que te dá muita responsabilidade, afinal, tudo o que você fizer será escolha e vontade sua. Nossa vida de vestibulando também não é só estudar e que se dane o resto do mundo inteiro. Na verdade, na maior parte do tempo é assim mesmo, mas às vezes a gente sente vontade de chorar e chora, às vezes a gente procura a família ou amigos para um passeio ou uma conversa. Encarar tudo isso é saber os seus limites. Você pode saber muita coisa, mas você precisa saber até onde você aguenta, mas também nunca achar que está fazendo muita coisa e, de repente, ficar um longo tempo deixando tudo pra depois.

Bom, para finalizar, é importante lembrar que algumas vezes você vai falhar. Às vezes vai faltar pouco ou vai faltar muito. Mas se você quer, não há nada que você não possa aprender e fazer para conseguir o que quer. Também não é o cursinho, a aula ou o professor que irá te passar, mas sim o que você fez no cursinho, o que você fez durante a aula e o quanto você se dedicou e continua se dedicando todos os dias. O professor é peça fundamental, mas na hora da prova, é só você que terá que encontrar as respostas. Lembre-se, todos os dias, algo, alguém ou até você mesmo te lembrará o motivo de você estar nessa vida e se é isso que você realmente quer.




OBS: peço perdão aos fiscais da língua e ao meu leitor por alguns desvios da norma culta.

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